As trilhas percorridas para o enfrentamento da violência contra a mulher em busca de uma nova realidade
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v27isupl_2.48410Palavras-chave:
Violência, Mulher, FeminicídioResumo
Introdução: Mesmo diante de grandes avanços com a implementação da Lei Maria da Penha, sua efetividade ainda é questionada, principalmente pela falta de padronização em sua implementação. Objetivo: Revisar a literatura sobre as políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil, com ênfase na implementação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e na Lei Maria da Penha. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura narrativa, com análise de diferentes tipos de documentos (artigos, teses, dissertações, textos on-line). Foram incluídos artigos publicados em português no período de 2023 a 2024. Resultados: A mídia desempenha um papel importante ao orientar mulheres a enfrentar suas realidades, verbalizando as agressões sofridas e denunciando seus agressores para proteger a si mesmas e seus filhos, uma vez que o silêncio fortalece a sensação de domínio dos agressores. No entanto, é fundamental que, ao decidir pela denúncia, a vítima encontre medidas protetivas eficazes, iniciando por um acolhimento adequado e por espaços que ofereçam suporte à sua decisão, garantindo sua segurança contra novas agressões. Conclusão: Apesar das orientações veiculadas nas mídias, nas instituições, nas escolas e em campanhas promocionais, ainda há mulheres que não conseguem verbalizar as violências sofridas em seus lares, muitas vezes por vergonha da sociedade ou pela impossibilidade de se sustentarem sozinhas, especialmente quando possuem filhos envolvidos na relação.
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