Persuasão como instrumento de ação política na Atenas do século V a.C.: o caso de Péricles
DOI :
https://doi.org/10.17648/rom.v0i18.35825Mots-clés :
Retórica, Tucídides, Péricles, Historiografia antigaRésumé
Na obra História da Guerra do Peloponeso, Tucídides afirma que Péricles, o eminente político ateniense, “podia conter a multidão sem lhe ameaçar a liberdade, e conduzi-la ao invés de ser conduzido por ela, pois não recorria à adulação com o intuito de obter a força por meios menos dignos” (Thucydides, 2, 65, 8). Se Péricles não utilizava a imposição ou a adulação para governar seus concidadãos, qual era então seu principal instrumento de ação política? No presente artigo, trabalhar-se-á com a tese de que a persuasão foi o instrumento supremo utilizado por Péricles na condução de sua política entre os atenienses. Em meio à análise de trechos do terceiro discurso de Péricles, reportado por Tucídides (Thuc., 2, 60-4), serão apresentados quatro aspectos centrais de como isso se configurava.
Téléchargements
Références
Documentação textual
ARISTÓFANES. A Paz. Tradução de Maria de Fátima de Sousa e Silva. Coimbra: Instituto Nacional de Investigação Científica, 1984.
ARISTÓFANES. As Nuvens. Tradução de Mário da Gama Kury. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.
ARISTÓFANES. Os Acarnenses. Tradução de Maria de Fátima de Sousa e Silva. Coimbra: Instituto Nacional de Investigação Científica, 1988.
ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
ARISTÓTELES. Política. Tradução e notas de Maria Aparecida de Oliveira Silva. São Paulo: Edipro, 2019.
ARISTÓTELES. Retórica. Tradução e notas de Manuele Alexandre Júnior, Paulo Farmhouse Alberto e Abel do Nascimento Pena. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1998.
PLATÃO. Górgias. Tradução de Daniel R. N. Lopes. São Paulo: Perspectiva, 2016.
PLATÃO. O Banquete. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belém: Editora da UFPA, 2011.
PLUTARCO. Vidas Paralelas: Péricles e Fábio Máximo. Tradução do grego, introdução e notas de Ana Maria Guedes Ferreira e Ália Rosa Conceição Rodrigues. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2013.
SANTO AGOSTINHO. Confissões. Tradução de Lorenzo Mammi. São Paulo: Penguin, 2017.
Obras de apoio
AUSTIN, M.; NAQUET, P. V. Economia e sociedade na Grécia antiga. Lisboa: Edições 70, 1986.
CASTELLS, M. Comunicación y poder. Madrid: Alianza, 2010.
COHEN, D. Justice, interest, and political deliberation in Thucydides. Quaderni Urbinati di Cultura Classica, v. 16, n. 1, p. 35-60, 1984.
HOHLFELDT, A. Hipóteses contemporâneas de pesquisa em comunicação. In: FRANÇA, V.; HOHLFELDT, A.; MARTINHO, L. C. (org.). Teorias da comunicação: conceitos, escolas e tendências. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.
LIDDEL, H. G.; SCOTT, R. Greek-English lexicon. Oxford: Clarendon Press, 1996.
LIDDELL HART, B. H. As grandes guerras da História. São Paulo: IBRASA, 1982.
MANUWALD, B. Diodotus' Deceit (On Thucydides 3.42-48). In: RUSTEN, J. S. (ed.). Oxford Readings in Classical Studies: Thucydides. Oxford: Oxford University Press, 2009, p. 241-260.
MOSCA, L. S. Velhas e novas retóricas: convergências e desdobramentos. In: MOSCA, L. S. (org.). Retóricas de ontem e de hoje. São Paulo: Humanitas, 2001.
MOSSÉ, C. As instituições gregas. Lisboa: Edições 70, 1985.
PERELMAN, C; OLBRECHTS-TYTECA, L. Tratado da argumentação. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
PLANTIN, C. Não se trata de convencer, mas de conviver: a era pós-persuasão. Revista Eletrônica de Estudos Integrados do Discurso e Argumentação, n. 15, p. 244-269, 2018.
RAAFLAUB, K. A. Ktema es aiei. Thucydides' concept of “learning through history” and its realization in his work. In: TSAKMAKIS, A.; TAMIOLAKI, M. (ed.). Thucydides between History and Literature. Berlin: De Gruyter, 2013, p. 3-21.
RIBEIRO FERREIRA, J. Participação e poder na democracia grega. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1990.
RICOEUR, P. Temps et récit. Paris: Seuil, 1985.
RUSTEN, J. Pericles in Thucydides. In: JIMENEZ, A. P.; FERREIRA, J. R.; FIALHO, M. do C. (org.). O retrato literário e a biografia como estratégia de teorização política. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2004.
SANTOS, R. N. dos S. Retratos de um derrotado: Xerxes, o “Grande Rei”. Codex, v. 8, n. 2, p. 171-182, 2020.
SOARES, M. T. M. ‘Ekphrasis’ e ‘enargeia’ na historiografia de Tucídides e no pensamento filosófico de Paul Ricoeur. Talia dixit, v. 6, p. 1-23, 2011.
TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Tradução e notas de Mario da Gama Kury. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982.
VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
VOGT, J. The portrait of Pericles in Thucydides. In: RUSTEN, J. S. (ed.). Oxford Readings in Classical Studies: Thucydides. Oxford University Press, 2009, pp. 220-237.
YUNIS, H. Taming democracy: models of political rhetoric in Classical Athens. Cornell: Cornell University Press, 1996.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
© Ricardo Neves dos Santos 2021
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale - Pas de Modification 4.0 International.
a. L’Auteur mantient les droits d’Auteur et accorde à la revue le droit de première publication.
b. L’Auteur a l’autorisation pour assumer des contrats additionnels séparément, pour distribution non exclusive de la version du travail publiée dans cette revue (ex.: publier en répertoire institutionnel ou comme chapitre de livre), avec reconnaissance de l’Auteur et publication initiale dans cette revue.
c. L’Auteur a l’autorisation et est encouragé à publier et distribuer leur travail en ligne (ex.: dans des répertoires institutionnels ou dans votre page personnelle) après la première publication par la revue, avec les créances.
d. Les textes de la revue sont publiés sous Licence CC BY 4.0 Deed Attribution 4.0 International (CC BY).