A lepra no Ceará e no Espírito Santo (1920-1940): olhares e reflexões

Autores

  • Sebastião Pimentel Franco Universidade Federal do Espírito Santo
  • Zilda Maria Menezes Lima Universidade Estadual do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.47456/e-2021320101

Palavras-chave:

Leprosário de Canafístula, Leprosário de Itanhenga, Lepra, Ceará, Espírito Santo

Resumo

Este ensaio pretende estabelecer alguns níveis de compreensão acerca do combate à lepra nos estados do Ceará e do Espírito Santo, a partir das ações impetradas por grupos filantrópicos bem como por poderes e saberes nacionais e locais. Nosso objetivo é propor uma reflexão que possibilite algum entendimento nos modos como os dois estados em tela, assimilaram e puseram em prática tais ações, principalmente, no período situado entre as décadas de 1920 e 1940. Afirmarmos que as ações caritativas da sociedade cearense foram muito importantes na implementação do isolamento compulsório com pouca intervenção estatal; já no Espírito Santo foi fundamental a ação dos poderes instituídos na implementação de políticas públicas no combate à doença, embora registremos a também importância da sociedade por meio das camadas mais endinheiradas, que atuando em conjunto com o Estado, buscaram alternativas para apoiar muitas vezes financeiramente o projeto de saneamento da lepra. Embora a política pública de Estado em relação a lepra chegasse aos estados da Federação de forma uniforme, detectamos similitudes, mas também diferenças em como se deu a criação dos leprosários e de como esses funcionaram no Ceará e no Espírito Santo. Utilizamos como fontes, periódicos do Ceará e do Espírito Santo, Relatórios administrativos da direção dos leprosários, Relatório de Presidentes de Província, Correspondências recebidas pela administração dos leprosários, relatório de atividades do Serviço de Lepra.

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Referências

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Publicado

20-07-2021

Como Citar

PIMENTEL FRANCO, Sebastião; MENEZES LIMA, Zilda Maria. A lepra no Ceará e no Espírito Santo (1920-1940): olhares e reflexões. Revista Ágora, Vitória/ES, v. 32, n. 1, p. e-2021320101, 2021. DOI: 10.47456/e-2021320101. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/agora/article/view/34064. Acesso em: 13 nov. 2024.

Edição

Seção

Doenças e práticas de cura na História brasileira

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