O censo de 1872 e a presença de africanos livres e cativos no Espírito Santo
DOI:
https://doi.org/10.47456/e-20243528Palavras-chave:
Recenseamento de 1872; africanos; escravidão; Espírito Santo.Resumo
Em 1872 o Império Brasileiro conseguia realizar seu primeiro recenseamento oficial. Após 1822, as províncias eram as responsáveis por levantar o número de habitantes, mas esses recenseamentos aconteciam para fins eleitorais, com muitas fraudes e falhas. Tentativas anteriores de se recensear a população brasileira fracassaram e, apenas em 1872, é que o governo imperial conseguiu conhecer sua população, dentre elas o número de cativos, crioulos e africanos, e o número de africanos livres. O censo se dividia nesses dois grupos: livres e cativos e os africanos, classificados como uma única nação, eram os únicos que apareciam nessa divisão social. O Espírito Santo concentrava poucos africanos livres e cativos, porém, proporcionalmente, a dependência cativa em relação aos estrangeiros só estava atrás da Província do Rio de Janeiro. Esse trabalho pretende conhecer os africanos que aparecem no Recenseamento Imperial de 1872 residentes na Província do Espírito Santo.
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Referências
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