O feitor ausente(?)

escravidão e polícia no Recife do século XIX (1830-1850)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/e-20243527

Palavras-chave:

escravos , polícia, Recife

Resumo

No Brasil Império, a dinâmica da vida urbana era garantida, em sua maior parte, pelo trabalho dos negros escravizados. Exercendo atividades que iam desde o transporte de pessoas e cargas até a manutenção de um buliçoso comércio ambulante, eles movimentavam as engrenagens da economia citadina. Por conta das especificidades do seu trabalho nas ruas, não havia entre eles a figura do feitor típico das plantagens – fazendo com que eles desfrutassem de uma liberdade de movimento jamais alcançada pelos cativos das áreas rurais. Porém, isso não significa que vivessem sem nenhum tipo de restrição, pois, nas cidades, os feitores eram substituídos por aparatos de vigilância vinculados ao Estado. Tendo como recorte espaço-temporal o Recife do século XIX (1830-1850) e baseado em documentos manuscritos e impressos e em uma bibliografia pertinente ao tema, este artigo analisa as especificidades do trabalho escravo e a eficiência da polícia no tocante ao controle dos escravizados.

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Biografia do Autor

Wellington Barbosa da Silva, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Possui graduação (1992), mestrado (1996) e doutorado (2003) em História pela Universidade Federal de Pernambuco. E pós-doutorado em História pela Universidade Federal da Paraíba (2023). É presidente da SEO – Sociedade Brasileira de Estudos do Século XVIII (biênio 2023-2025). É professor permanente do PPGH da Universidade Federal de Pernambuco e professor associado da Universidade Federal Rural de Pernambuco – onde atua nos cursos de graduação e pós-graduação em História. Participa, como pesquisador, do Grupo de Pesquisa Justiças e Impérios Ibéricos do Antigo Regime (UFF) e do Grupo de Pesquisa Leviatã e cativeiro: a escravidão em terras luso-brasileiras entre os séculos XVII e XIX (UNESP Franca). GEPHISO - Grupo de Estudos e Pesquisas em História do Século XVIII (cadastrado no Diretório de Grupos do CNPq). Tem experiência na área de História, com ênfase nos seguintes temas: polícia, cotidiano, escravidão, resistência e controle social no Recife oitocentista.

Referências

FONTES

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Publicado

30-10-2024

Como Citar

BARBOSA DA SILVA, Wellington. O feitor ausente(?): escravidão e polícia no Recife do século XIX (1830-1850). Revista Ágora, Vitória/ES, v. 35, p. e-20243527, 2024. DOI: 10.47456/e-20243527. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/agora/article/view/45329. Acesso em: 3 dez. 2024.

Edição

Seção

A escravidão moderna e as instituições luso-brasileiras entre os séculos XVII e XIX