O que significa ser um "bom" produtor de artigo acadêmico para graduandos de um curso de Letras?

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47456/cl.v16i33.37536

Palabras clave:

Letramentos Acadêmicos, Gêneros Discursivos, Linguística Aplicada

Resumen

Neste artigo, objetiva-se analisar os significados de ser um bom produtor de artigo acadêmico para graduandos de um curso de Letras: Língua Portuguesa de uma universidade federal brasileira. Fundamenta-se na articulação entre os pressupostos teóricos dos Letramentos Acadêmicos (LEA; STREET, 1998; LILLIS, 2019; ZAVALA, 2010) e as noções de gênero discursivo e de esfera da atividade humana (BAKHTIN, 2017). Metodologicamente, desenvolve-se no âmbito da Linguística Aplicada (MOITA-LOPES, FABRÍCIO, 2019), apresentando natureza qualitativa e interpretativista (BORTONI-RICARDO, 2008). No que concerne à geração de dados, a pesquisa apresenta classificação híbrida, do tipo exploratória (GIL, 1994) e experiencial (MICCOLI, 2014). O corpus analisado é constituído de registros de uma sessão reflexiva realizada remotamente, via Google Meet, com quatro licenciandos do curso de Letras: Língua Portuguesa. Os resultados alcançados evidenciam que, ao caracterizarem o que significa ser um bom produtor de artigo acadêmico, os participantes da pesquisa destacam, predominantemente, elementos relacionados ao domínio das condições de produção e do conteúdo temático do gênero, bem como problematizam questões ideológicas e identitárias que constituem a produção e a publicização de artigo acadêmico. Esses resultados ampliam os debates sobre a produção de gêneros acadêmicos e incitam profícuas reflexões sobre o que significa ser um bom produtor de artigo acadêmico na área de Letras.

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Biografía del autor/a

Danielly Silva, Universidade Federal de Campina Grande

Licenciada em Letras - Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Campina Grande (2018), especialização em Linguística Aplicada a educação pela Faculdade Faveni - Faculdade Venda Nova do Imigrante (2020). Atualmente, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino da UFCG. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: letramentos acadêmicos; escrita; citação na publicação de textos. Já participou do projeto PIBID (2015); do PIBIC 2015-2017, assim como atuou dois anos (2018-2020) como professora de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino da Paraíba.

Elizabeth Maria da Silva, Universidade Federal de Campina Grande

Possui graduação em Letras (habilitação em Língua Portuguesa) pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), mestrado em Linguagem e Ensino pela UFCG e doutorado em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É professora nível adjunto III da UFCG, onde atua tanto na graduação, quanto na pós-graduação, e membro do Grupo de Pesquisa Teorias da Linguagem e Ensino, na linha de pesquisa Ensino de Línguas e Formação Docente. Tem experiência na área de Linguística Aplicada, desenvolvendo pesquisas principalmente sobre os seguintes temas: práticas de leitura e escrita em contextos acadêmicos, letramentos acadêmicos, abordagens de ensino de escrita acadêmica, gêneros acadêmicos escritos.

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Publicado

14-09-2022