Decolonialidade em Saco do Inferno, de Jess Rocha

uma contra narrativa sertãopunk sobre inclusão

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47456/rctl.v18i41.45467

Palabras clave:

Sertãopunk, Saco do Inferno, Inclusão, Decolonialidade

Resumen

Este trabalho tem por objetivo apresentar uma leitura crítica decolonial sobre inclusão no conto sertãopunk Saco do Inferno (2022), de Jéssica de Lemos, doravante Jess Rocha. Por meio de questões de identidade cultural e diversidade regional, o conto explora mistério e sertãopunk, utilizando elementos do folclore cearense. Ao retratar um personagem com síndrome de Williams-Beuren, o narrador aborda representatividade, sensibilidade e respeito, propondo ao leitor uma narrativa inclusiva que representa identidades subalternizadas. Pretende-se também relacionar o conto com os aspectos da colonialidade (Maldonado-Torres, 2007), sob a ótica do sertãopunk, gênero literário da ficção especulativa que explora alternativas para o futuro do Nordeste e suas tradições culturais. A metodologia utilizada é bibliográfica, de cunho qualitativo, por meio de uma leitura crítica do conto Saco do Inferno, analisando duplamente categorias, tais como: intertextualidade e elementos sertãopunk, interdiscursividade e contra narrativa decolonial. Para tanto, utilizamos, dentre outros estudiosos, Alexander Meireles da Silva (2021), Ballestrin (2013) e Fairclough (2001). Os resultados apontam para uma discussão mais ampla sobre inclusão e diversidade na literatura, além de lançar reflexão sobre a in(visibilidade) de elementos do folclore local, tensionando para questões que trazem noções de poder e colonialidade.

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Biografía del autor/a

Welistony Câmara Lima, Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)

Mestrando em Letras no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA); especialista em Semiótica e Análise do Discurso pela Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo (FAMEESP); especialista em Língua Espanhola e Gênero e Sexualidade pela Faculdade Maximum (FACUMINAS); licenciado em Letras - Língua Portuguesa, Língua Espanhola e Literaturas pela UEMA. Membro dos grupos de pesquisas MELP - Multiletramentos no ensino de Línguas (CNPq) e LiDiME - Linguagem, Discurso, Mídia e Educação (CNPq). Professor substituto no curso de Relações Internacionais da UEMA.

Ana Patrícia Sá Martins, Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)

Doutora em Linguística Aplicada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e mestra em Educação pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA); especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA); graduada em Letras - Licenciatura Plena em Espanhol pela UFMA e em História - Licenciatura pela UEMA. Professora adjunta do Departamento de Letras da UEMA, onde atua como professora permanente do Mestrado Profissional em Educação e do Mestrado Acadêmico em Letras. Bolsista Produtividade em Pesquisa da UEMA (2023-2024) e bolsista Produtividade em Pesquisa da FAPEMA (2024-2025). Líder do grupo de pesquisa Multiletramentos no Ensino de Línguas (MELP).

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Publicado

23-12-2024