O que o Antropoceno tem a Aprender com o Decrescimento Convivial? O Campo Ambiental diante dos Imperativos da Modernidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/regec.2317-5087.2020.9.3.31845.52-73

Palavras-chave:

Questão ambiental, Antropoceno, Decrescimento, Era dos Sistemas, Profanação

Resumo

O artigo discute o conhecimento produzido no campo científico do meio ambiente, identificando cinco chaves discursivas em disputa: Crescimento Zero, Otimismo Extropiano, Desenvolvimento Sustentável, Decrescimento Convivial e Antropoceno. A pressuposição de uma ordem do discurso permite utilizar o método da análise do discurso, com enfoque na interdiscursividade do campo, para identificar a luta de posições em torno da questão ambiental. A análise revela o peso dos imperativos tecnológico e econômico, característicos da modernidade, nos discursos que defendem a continuidade do status quo social vigente. O Antropoceno, ainda que sob influência do ideário moderno, revela um potencial crítico não realizado. Ao construir uma aproximação com a proposta do Decrescimento Convivial, o artigo objetiva mitigar este déficit, além de apontar, com base em Ivan Illich (2005b) e Giorgio Agamben (2015), outros modos de enfrentar o domínio econômico e tecnológico, sustentáculos da apropriação acrítica da questão ambiental.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Acosta, A. (2016) O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo: Elefante.

Acosta, A., & Brand, U. (2018). Pós-extrativismo e Decrescimento: saídas do labirinto capitalista. São Paulo: Elefante.

Agamben, G. (2015). Profanações. São Paulo: Boitempo Editorial.

Agamben, G. (2015b). Altíssima Pobreza: Regras monásticas e forma de vida [Homo Sacer, IV, 1]. São Paulo: Boitempo Editorial.

Agamben, G. (2017). O Uso dos Corpos: Homo Sacer, IV, 2. São Paulo: Boitempo Editorial.

D’Alisa, G., Demaria, F., & Kallis, G. (2016). Decrescimento: vocabulário para um novo mundo. Porto Alegre: Tomo Editorial.

Alexandrakis, F. (2017). O que há de real no negacionismo. Jornal do Campus, São Paulo. Recuperado em 21 de agosto de: http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2017/08/o-que-ha-de-real-no-negacionismo/

Artaxo, P. (2014). Uma nova era geológica em nosso planeta: o Antropoceno? Revista USP (103) 13-24.

Bonneuil, C. & Fressoz, J.-B. (2016). The Shock of the Anthropocene: The Earth, History and Us. London: Verso Books.

Bookchin, M. (1979). Ecology and revolutionary thought. Anarchos. Disponível em: <https://usa.anarchistlibraries.net/library/murray-bookchin-ecology-and-revolutionary-thought.pdf>. Acesso em 05 Abr. 2021.

Bookchin, M. (1982). The ecology of freedom. New Dimensions Foundation. Disponível em: <https://theanarchistlibrary.org/library/murray-bookchin-the-ecology-of-freedom.pdf>. Acesso em 05 Abr. 2021.

Bookchin, M. (2007). Social ecology and communalism. Oakland: AK Press. Disponível em: <https://theanarchistlibrary.org/library/murray-bookchin-social-ecology-and-communalism.pdf> Acesso em 05 Abr. 2021.

Bourdieu, P. (1983). O campo científico. In Renato Ortiz (ed.). Pierre Bourdieu: sociologia. Ática.

Bourdieu, P. (2004). Os usos sociais da ciência. São Paulo. Editora UNESP.

Bourdieu, P. (2008). Razões Práticas: Sobre a Teoria da Ação. Papirus. Recuperado em: de <https://docs.google.com/file/d/0B4UG_F2QeFUlRl9DZlVwQ2otMGM/edit>.

Bourdieu, P. (2014). Sobre o Estado. São Paulo. Companhia das Letras.

Bourdieu, P., & Wacquant, J. L. (1992). The Purpose of Reflexive Sociology'. In Pierre Bourdieu & Loic Wacquant, An Invitation to Reflexive Sociology (pp. 61-216). Chicago, Illinois, EUA. Chicago University Press.

Callahan, M. (2019). Repairing the community: UT Califas and convivial tools of the commons. ephemera: theory & politics in organization, 19(2). 369-387

Casagrande, L., & Freitas, N. C. d. (2020). Organizar na era dos sistemas: as contribuições críticas de Ivan Illich aos estudos organizacionais. Cadernos EBAPE.BR, 18(2), 254-267. https://doi.org/10.1590/1679-395177954

Ceccarelli, L. (2011). Manufactured scientific controversy: Science, rhetoric, and public debate. Rhetoric & Public Affairs, 14(2), 195-228.

Cechin, A. A (2010) A Natureza Como Limite da Economia: a Contribuição de Nicholas Georgescu-Roegen. São Paulo: Editora Senac São Paulo/ Edusp,

Chakrabarty, D. (2013). O clima da história: quatro teses. Sopro, 91, 4-22

Charaudeau, P., & Maingueneau, D. (2004). Dicionário de Análise do Discurso. São Paulo. Editora Contexto.

Comissão Mundial Sobre O Meio Ambiente e Desenvolvimento. (1991). Nosso Futuro Comum. (2. ed.) Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas.

Convivialistas, Os. (2016). O Manifesto Convivialista. In: Caillé, A.; Vandenberghe, F.; Véran, J-F. (Org.). Manifesto Convivialista: Declaração de Interdependência - Edição Brasileira Comentada (p. 21-44) São Paulo: Annablume..

Cook, J., Oreskes N., Doran P. T., Anderegg W. R. L., Verheggen B., Maibach E. W., Carlton J. S., Lewandowsky S., Skuce A. G., and Green S. A., Nuccitelli D., Jacobs P., Richardson M., Winkler B., Painting R. & Rice K. (2016). Consensus on consensus: a synthesis of consensus estimates on human-caused global warming. Environmental Research Letters, 11(4), 048002. doi = {10.1088/1748-9326/11/4/048002}

Crist E. (2013). On the Poverty of Our Nomenclature. Environmental Humanities 3(1): 129-147. https://doi.org/10.1215/22011919-3611266

Crutzen Paul, J. (2002). Geology of mankind. Nature, 415(6867), 23-23.

Crutzen, P. J., & Stoermer, E. F. (2000). The anthropocene. IGBP (41). Stockholm, Sweden Royal. Swedish Academy of Sciences,

Debord, G. (2020). Manifesto internacional situacionista. Recuperado em: 28, jul. 2020. de <https://protopia.fandom.com/pt-br/wiki/Manifesto_Internacional_Situacionista

Delfim Netto, A. (2009). Desenvolvimento econômico brasileiro Retrocessos e avanços. Revista de Política Agrícola, 18(1), 5-20.

Esteva, G. (1992) Development. In: SACHS, Wolfgang. The Development Dictionary: A Guide to Knowledge as Power. Londres: Zed Books, p. 6.

Foucault, M. (2007). A ordem do discurso. (Trad.) São Paulo. Loyola. (Obra original publicada em 1970)

Fournier, V. (2008). Escaping from the economy: The politics of degrowth. International Journal of Sociology and Social Policy, 28 (11/12): 528-545.

Fotopoulos, T. (Ed.). (1997). Towards an inclusive democracy: The crisis of the growth economy and the need for a new liberatory project. Bloomsbury Publishing.

Fotopoulos, T. (2000). The limitations of life-style strategies: The ecovillage ‘movement’is NOT the way towards a new democratic society. Democracy & Nature, 6(2), 287-308. https://doi.org/10.1080/10855660050085083

FMI (2008). Fiscal Implications of Climate Change. International Monetary Fund, Fiscal Affairs Department.

Freeman, C. (1973). 1. Malthus with a computer. Futures, 5(1), 5-13. https://doi.org/10.1016/0016-3287(73)90053-0

Gorz, A. (1980). Ecology as Politics. Boston: South End Press.

Gudynas, E. (2011). Buen vivir: Germinando alternativas al desarrollo. América Latina en movimiento, 462, 1-20.

Gudynas, E. (2013). Transitions to post-extractivism: directions, options, areas of action. Beyond Development, 165.

Guerreiro Ramos, A. (1989). A nova ciência das organizações. (2. ed.) Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas.

Graeber, D. (2016). Dívida: Os primeiros 5000 anos. São Paulo: Três Estrelas

Grubb, M. (2004). Technology innovation and climate change policy: an overview of issues and options. Keio economic studies, 41(2), 103-132.

Herrera, A. O., Scolnik, H. D., Chichilnisky, G., Gallopin, G. C., Hardoy, J. E. (1977). Catástrofe o nueva sociedad: modelo mundial latinoamericano. Ottawa: CIID.

IEA (2017). CO2 Emissions from Fuel Combustion Highlights, OECD/IEA, Paris.

Illich, I. (1973). Tools for conviviality. Bostom. Marion Boyars.

Illich, I. (1975) A Expropriação da Saúde: Nêmesis da Medicina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Illich, I. (1976). A Convivencialidade. Lisboa: Publicações Europa-América.

Illich, I. (1981a). Introduction. In: ILLICH, Ivan. Shadow Work. Londres: Marion Boyars.

Illich, I. (1981b). Research by People. In: ILLICH, Ivan. Shadow Work. Boston: Marion Boyars.

Illich, I. (1981c). Shadow Work. Boston. Marion Boyars.

Illich, I. (1992). The Institutional Construction of a New Fetish: Human Life. In: Illich, I. In the Mirror of the Past.

Illich, I. (1996). Necesidades. In: Sachs, W. (Ed.). Diccionário del desarollo: un guía del conocimiento como poder (p.144-163). Lima: Pratec.

Illich, I. (2005a). Energia e Equidade. In: Ned L. (Org.). Apocalipse Motorizado: A tirania do automóvel em um planeta poluído. (Cap. Energia e equidade, pp. 33-72) São Paulo: Conrad.

Illich, I. (2005b). Contingency, Part 2: The Origin of Technology. In: Cayley, D. (ed.). The Rivers North of the Future: The Testment of Ivan Illich as told to David Cayley. Toronto: House of Anansi Press.

Illich, I. (2018). Sociedade sem escolas. Petrópolis, RJ, Brasil. Editora Vozes.

Kumarappa, J. C. (1946). The economy of permanence. CP, All India Village Industries.

Latouche, S. (2003). À bas le développement durable! Vive la décroissance conviviale! Objectif décroissance, M. Bernard et al. éds., Paris Parangon, p. 19-26, Recuperado em 06, jul. 2020., de <http://www.decroissance.org/index.php?chemin=textes/latouche>.

Latouche, S. (2012). O Decrescimento e o Sagrado. Cadernos IHU Ideias, Leopoldo 168(10), 31

Latouche, S. (2016). Verbete 16: Descolonização do Imaginário. In: D'Alisa, G.; Demaria, F. & Kallis, G. (Org.). Decrescimento: Vocabulário Para um Novo Mundo. Porto Alegre: Tomo Editorial.

Kuhn, T. (1974) A estrutura das revoluções científicas. São Paulo. Editora Perspectiva SA.

Latour, B., Sztutman, R., Pougy, H., Pinheiro, J., & Marras, S. (2014). Para distinguir amigos e inimigos no tempo do Antropoceno. Revista de Antropologia, 57(1), 11-31.

Lewis, W. A. (1969). O desenvolvimento econômico com oferta ilimitada de mão-de-obra. In A. N. Agarwale & S. Singh (ed.). A economia do subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Forense, 406-456. (Trabalho original publicado em 1954).

Löwy, M. (2019). Fontes e Recursos do ecossocialismo. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), 26(51), 405-408.

Mauss, M. (2002). The gift: The form and reason for exchange in archaic societies. Reino Unido Routledge.

Martínez-Alier, J. (1999). Justiça ambiental (local e global). Meio ambiente, desenvolvimento sustentável e políticas públicas. Recife: Cortez/Fundação Joaquim Nabuco.

Meadows, D. H.; Meadows, D. L.; Randers, J.; Behrens III, W. W. (1973) Limites do Crescimento: Um relatório para o projeto do Clube de Roma sobre o dilema da humanidade. São Paulo: Editora Perspectiva.

Moore, J. W. (2011). Ecology, Capital, and the Nature of Our Times: Accumulation & Crisis in the Capitalist World-Ecology. Journal of World-Systems Research, 17(1), 107-146. https://doi.org/10.5195/jwsr.2011.432

Moore, J. W. (2017). The Capitalocene, Part I: on the nature and origins of our ecological crisis. The Journal of peasant studies, 44(3), 594-630.

Moore, J. W. (2018). The Capitalocene Part II: accumulation by appropriation and the centrality of unpaid work/energy. The Journal of Peasant Studies, 45(2), 237-279.

Nascimento, E.P. (2012a). Sustentabilidade: o campo de disputa de nosso futuro civilizacional. In P. Léna & E.P. Nascimento (Ed.). Enfrentando os limites do crescimento: sustentabilidade, decrescimento e prosperidade (pp. 415-433). Rio de Janeiro. Garamond.

Nascimento, E. P. (2012b). Trajetória da sustentabilidade: do ambiental ao social, do social ao econômico. Estudos avançados, 26(74), 51-64. https://doi.org/10.1590/S0103-40142012000100005

Nobre, M. (2002). O desenvolvimento sustentável no contexto pós-Rio-92: tendências atuais. Desenvolvimento sustentável: a institucionalização de um conceito. (pp. 21-106) Brasília: Ed. IBAMA.

Öcalan, A. (2017). Manifesto por una civilizacion democratica, tomo 2, civilizacion capitalista. Barcelona, Espanha. Descontrol Editorial.

Olivera, L. D. (2012) Os "Limites do Crescimento" 40 anos depois: Das “Profecias do Apocalipse Ambiental” ao "Futuro Comum Ecologicamente Sustentável". Revista Continentes:, 1 (1), 72-96.

Oreskes, N. (2004). The scientific consensus on climate change. Science, 306(5702), 1686-1686. http://dx.doi.org/10.1126/science.1103618

Polimeni, J. M., Mayumi, K., Giampietro, M. & Alcott, B. (2008). Jevons' Paradox and the Myth of Resource Efficiency Improvement. Londres: Earthscan.

Ragouet, P. (2017, June). Champ (s) scientifique (s) et régimes de production et de diffusion scientifique: une articulation nécessaire pour penser la science moderne et l’innovation. In Colloque INterDISCIPLINaritÉ, Université de Bordeaux.

Robert, J. (2019). L’Età dei Sistemi nel pensiero dell’ultimo Illich. Itália. Hermatena.

Rockström, J., Steffen W., Noone L., Persson A., Chapin, III F. S., Lambin E., Lenton T. M., Scheffer M., Folke C., Schellnhuber H., Nykvist B., De Wit C. A, Hughes T., Leeuw S., van der., Rodhe H., Sörlin S., Snyder P. K.,Costanza R., Svedin U., Falkenmark M., Karlberg L., Corell R. W., Fabry V. J., Hansen J., Walker B., Liverman D., Richardson K., Crutzen P. & Foley J. (2009). Planetary boundaries: exploring the safe operating space for humanity. Ecology and Society 14(2): 32.

Roque, T. (2020, fevereiro). O negacionismo no poder. Revista Piauí, ed. 161.

Rostow, W. W. (1957). The interrelation of theory and economic history. The journal of economic history, 17(4), 509-523. doi:10.1017/S0022050700079080

Rostow, W. W. (1974) Etapas do desenvolvimento econômico (um manifesto não-comunista). Rio de Janeiro, Zahar editores, 274 p.

Sachs, I. (1993). Estratégias de Transição para o Século XXI. In: Bursztyin, M., (Org.). Para Pensar o Desenvolvimento Sustentável. (29-56) São Paulo: Editora Brasiliense.

Samerski, S. (2018). Tools for degrowth? Ivan Illich's critique of technology revisited. Journal of cleaner production, 197 (2) 1637-1646. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2016.10.039

Silva e Silva, F. (2020, 3 de abril a 8 de maio). Filosofia em um Planeta Ferido: Que tempos são estes. Recuperado em 28, jul. 2020, de <https://apph.com.br/quetempossaoestes>.

Schumpeter, J. A. (1981). Teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Editora Abril Cultural.

Solow, R. M. (1956) Contribution to the Theory of Economic Growth. The Quarterly Journal of Economics, 70 (1), 65–94. https://doi.org/10.2307/1884513

Solow, R. M (1970) Growth theory. An exposition. Oxford: Clarendon Press,

Solow, R. M. (1974) The Economics of Resources or the Resources of Economics. In: Gopalakrishnan C. (eds) Classic Papers in Natural Resource Economics. Palgrave Macmillan, London. https://doi.org/10.1057/9780230523210_13

Steffen, W., Persson, Å., Deutsch, L., Zalasiewicz, J., Williams, M., Richardson, K., ... & Molina, M. (2011). The Anthropocene: From global change to planetary stewardship. Ambio, 40(7), 739.

Steffen, W., Broadgate, W., Deutsch, L., Gaffney, O., & Ludwig, C. (2015). The trajectory of the Anthropocene: the great acceleration. The Anthropocene Review, 2(1), 81-98.

Trainer, T., & Trainer, F. E. (1995). The conserver society: alternatives for sustainability. Londres. Zed Books.

Trainer, T. (2007). Renewable energy cannot sustain a consumer society. Alemanha. Springer Science & Business Media.

Viola, E. J. (1987). O Movimento Ecológico no Brasil (1974-1986): do ambientalismo à ecopolítica. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 1 (3), 5-26.

Yusoff, K. (2018). A billion black Anthropocenes or none, Minnesota, EUA. University of Minnesota Press.

Zerzan, J. (2006). Futuro Primitivo. Porto Alegre: Deriva.

Downloads

Publicado

22-04-2021

Como Citar

Freitas, N. C. de, Casagrande, L., & Bittencourt Meira, F. (2021). O que o Antropoceno tem a Aprender com o Decrescimento Convivial? O Campo Ambiental diante dos Imperativos da Modernidade. Revista Gestão & Conexões, 9(3), 52–73. https://doi.org/10.47456/regec.2317-5087.2020.9.3.31845.52-73

Edição

Seção

Seção Especial: Relações organização-natureza no Antropoceno:“Nossa casa está...