A Ouvidoria como Manifestação da Transparência Passiva nos Regimes Próprios de Previdência dos Municípios Fluminenses

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/regec.2317-5087.2024.13.2.42090.93.113

Palavras-chave:

Transparência, Ouvidoria, Rio de Janeiro, Regime Próprio de Previdência Social

Resumo

Este artigo buscou identificar como as Ouvidorias dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) dos municípios fluminenses se enquadram no nível I de certificação do programa Pró-Gestão RPPS, no indicador relacionado à Ouvidoria; uma ferramenta de promoção da participação ativa da população por meio da transparência passiva. A relevância deste estudo reside no fato de os RPPS serem responsáveis pela gestão de um volume substancial de recursos, tendo administrado cerca de R$157 bilhões em investimentos para seus respectivos segurados em 2020 (SPREV, 2021). Por meio da análise documental realizada nos sites dos RPPS fluminenses e seus respectivos entes federativos, evidenciou-se que, dentre os 92 municípios existentes no estado, apenas 79 possuem RPPS. Além disso, 54,4% disponibilizam um canal de comunicação no RPPS, ao passo que 43,1% o disponibilizam por meio do Ente Federado de vinculação, e 2,5% não possuem tal canal de comunicação. Destarte, concluiu-se que a maioria dos RPPS tem dado a devida importância ao previsto no Manual do Pró-Gestão RPPS, especificamente quanto ao cumprimento do objetivo de dar mais transparência ao relacionamento com os segurados e com a sociedade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Bastos, C. S. P., & Pereira, C. L. C. (2019). O fortalecimento das ouvidorias como instrumento de controle social: análise e impactos para a aplicação da Lei 13.460/2017. Revista Científica da Associação Brasileira de Ouvidores/ Ombudsman, 2, 31-39.

Bataglia, M. B., & Farranha, A. C. (2018). Controle social e acesso à informação: o papel da transparência passiva no enfrentamento à corrupção. Interfaces Científicas-Direito, 6(3), 27-42.

Bertot, J. C., Jaeger, P. T., & Grimes, J. M. (2010). Using ICTs to create a culture of transparency: e-government and social media as openness and anti-corruption tools for societies. Government Information Quarterly, 27(3), 264-271.

Bezerra, H. M. S. (2014). Defensor do povo: origens do instituto do ombudsman e a malograda experiência brasileira. Revista Direito, Estado e Sociedade, 36.

Bobbio, N. (2000). Il futuro della democrazia (5. ed.). São Paulo: Paz e Terra.

Boschetti, I. (2009). Seguridade social no Brasil: conquistas e limites à sua efetivação. In Conselho Federal de Serviço Social; Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social. (org.). Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais, 323-340. Brasília, CFESS.

Brasil. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília.

Brasil. (1998). Lei n. 9.717, de 27 de novembro de 1998. Dispõe sobre regras gerais para a organização e o funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal e dá outras providências.

Brasil. (2000). Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

Brasil. (2011). Lei n. 12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei n. 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei n. 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.

Brasil. (2017). Lei n. 13.460, de 26 de junho de 2017. Dispõe sobre participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos da administração pública.

Brasil. (2021). Lei n. 14.129, de 29 de março de 2021. Dispõe sobre princípios, regras e instrumentos para o Governo Digital e para o aumento da eficiência pública e altera a Lei n. 7.116, de 29 de agosto de 1983, a Lei n. 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), a Lei n. 12.682, de 9 de julho de 2012, e a Lei n. 13.460, de 26 de junho de 2017.

Brasil. (2022a). Manual do Pró-Gestão RPPS. Programa de Certificação Institucional e Modernização da Gestão dos Regimes Próprios de Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Portaria MPS n. 185/2015, alterada pela Portaria MF n. 577/2017).

Brasil. Secretaria de Previdência/Ministério do Trabalho e Previdência. (2022b). Portaria SPREV/MTP n. 2.503, de 18 de março de 2022.

Brasil. (2022c). Relatório final do Indicador de Situação Previdenciária.

Brasil. (2022d). Pró-Gestão RPPS: relação entes.

Brasil. IBGE. (2022e). Estimativa populacional por Estado e por Município.

Brasil. (2022f). Anuário estatístico da previdência social 2022.

Cardoso, A. S. R. (2010). Ouvidoria pública como instrumento de mudança. Brasília: IPEA.

Dahl, R. A. (2001). Sobre a Democracia (1. ed.). Brasília: Editora Universidade de Brasília.

Damasceno, A. T., & Carvalho, J. V. F. (2021). Avaliação dos novos limites de investimentos de ativos dos Regimes Próprios de Previdência Social estabelecidos pela Resolução CMN 3.922/2010. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 23(4), 728-743.

Fernandes, F. M. B., Moreira, M. R., Ribeiro, & J. M. (2016). Análise da atuação das ouvidorias estaduais do Sistema Único de Saúde como instâncias participativas. Saúde Debate, 40(especial), 201-212.

Figueiredo, V. S., & Gazoni, R. L. (2016). Transparência nos sites dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro. Revista de Contabilidade e Controladoria, 8(2), 130-143.

Filgueiras, F. (2011). Além da transparência: accountability e política da publicidade. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, 65-94.

Goes, H. M. (2015). Manual de Direito Previdenciário: teoria e questões. Rio de Janeiro: Ferreira.

Ibrahim, F. Z. (2011). A Previdência Social no estado contemporâneo: fundamentos, financiamento e regulação. 328f. Tese (Doutorado em Direito Civil Constitucional; Direito da Cidade; Direito Internacional e Integração Econômica; Direi) ‒ Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

Jesus, E. (2015). A previdência social e o trabalhador: entre o acesso ao direito e a contribuição. Revista Katálysis, 18, 213-221.

Lessa, A. S. (2018). Transparência ativa: como os relatórios de ouvidoria podem orientar a comunicação institucional dos órgãos públicos? Revista Científica da Associação Brasileira de Ouvidores/Ombudsman, 1(1), 37-46.

Michener, G., & Bersch, K. (2013). Identifying transparency. Information Polity, 18(3), 233-242.

Michener, G., Contreras, E., & Niskier, I. (2018). Da opacidade à transparência? Avaliando a Lei de Acesso à Informação no Brasil cinco anos depois. Revista de Administração Pública, 52(4), 610-629.

Morais, L. D. S., & Teixeira, M. G. C. (2016). Interfaces da Accountability na administração pública brasileira: análise de uma experiência da Auditoria Geral do Estado do Rio de Janeiro. REAd. Revista Eletrônica de Administração, 22, 77-105.

Nulle, A. L., & Moreira, C. S. (2019). A Previdência Social: reforma ou há alternativas? Economia e Sociedade, 28(3), 791-819.

OCDE. Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2022). Governo aberto.

Oliveira, A. C. F. (2020). Controles internos para efeitos de manifestação do conselho fiscal: uma entidade fechada de previdência complementar (EFPC). 77f. Dissertação (Controladoria e Finanças Empresariais) ‒ Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo.

Oliveira, D. J. S., & Ckagnazaroff, I. B. (2022). A Transparência como um princípio chave de governo aberto. Administração Pública e Gestão Social, 14(3).

Paludo, A. V. (2016). Administração pública (5. ed.). Rio de Janeiro: Forense.

Peixoto, M. L., & Barroso, H. C. (2019). Judicialização e seguridade social: restrição ou efetivação de direitos sociais? Revista Katálysis, 22(1), 90-99.

Piccini, Ó. C., & Falcão, D. (2022). As ouvidorias públicas como instrumento de transparência: aspectos jurídicos e federativos. Sequência: Estudos jurídicos e políticos. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Direito, 43.

Ramalho, M. S., & Bliacheriene, A. C. (2021). SICs e ouvidorias: uma análise das estruturas dos serviços de acesso à informação nas capitais brasileiras. Revista Controle, Fortaleza, 19(2), 66-96.

Rangel, L. A., & Saboia, J. (2015). O regime de previdência dos servidores públicos: Implicações distributivas com base na instituição de um teto nos valores dos benefícios e da criação da FUNPRESP. Nova Economia, 25(3), 575-594.

Rocha, D. G., Zuccolotto, R., & Teixeira, M. A. C. (2020). Insulados e não democráticos: a (im)possibilidade do exercício da social accountability nos Tribunais de Contas brasileiros. Revista de Administração Pública, 54(2), 201-219.

Rodrigues, K. F. (2020a). A política nas políticas de acesso à informação brasileiras: trajetória e coalizões. Revista de Administração Pública, 54(1), 142-161.

Rodrigues, K. F. (2020b). Desvelando o conceito de transparência: seus limites, suas variedades e a criação de uma tipologia. Cadernos Ebape.br, 18(2).

Downloads

Publicado

01-05-2024

Como Citar

de Mendonça Florindo, F., Thomazi, T., Pereira Bonfim, M., & Carlin Passos, I. (2024). A Ouvidoria como Manifestação da Transparência Passiva nos Regimes Próprios de Previdência dos Municípios Fluminenses. Revista Gestão & Conexões, 13(2), 93.113. https://doi.org/10.47456/regec.2317-5087.2024.13.2.42090.93.113

Edição

Seção

Artigos