“Não é Brechó, é Loja”
Articulações Físicas e Discursivas no Campo de Comércio de Vestuário de Luxo de Segunda Mão
DOI:
https://doi.org/10.47456/regec.2317-5087.2023.12.1.38624.27-48Palabras clave:
Luxo, Brechó, Vestuário de segunda mãoResumen
Este artigo relata resultados de uma pesquisa cujo objetivo foi compreender como são articulados o conceito de uma loja de luxo ao empreendimento conhecido como brechó, que comercializa vestuário de luxo de segunda mão. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa, utilizando as técnicas de observação direta e a entrevista com treze pessoas, entre elas proprietárias de lojas e consumidoras do segmento. As entrevistas foram submetidas à Análise Crítica do Discurso proposta por Fairclough (2001). Os resultados do estudo revelam que as lojas são dispostas em espaços físicos e simbolicamente privilegiados pelas elites, buscando constituírem ou reafirmarem suas posições como representantes autênticas do luxo. Com isso, as lojas articulam a construção de uma indissociação com o universo do luxo, mais requintado e seletivo na medida em que buscam se distanciar da imagem estigmatizada dos brechós.
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