Diagnósticos de câncer de endométrio em tempos de pandemia de covid-19
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v26isupl_1.44391Palavras-chave:
Neoplasias do Endométrio, Técnicas de Ablação Endometrial, COVID-19Resumo
Introdução: O câncer endometrial (CE) é o sexto mais frequente entre mulheres. No cenário da pandemia COVID-19, houve grave comprometimento do sistema de saúde, contribuindo para diagnósticos mais tardios de CE e interferindo diretamente no prognóstico. Objetivos: Avaliar a prevalência de CE durante a pandemia no serviço de Ginecologia do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam-Ufes). Métodos: Foram incluídas pacientes com diagnóstico histológico de CE de janeiro de 2020 a dezembro de 2022. Pacientes com sangramento uterino anormal (SUA) e espessura endometrial (EE) maior ou igual a 12mm foram submetidas a Cureta de Novak (CN); pacientes sem sucesso com a CN, EE abaixo de 12mm ou resultado inconclusivo realizava-se histeroscopia. Resultados: De 25 pacientes diagnosticadas com CE, 22 (88%) possuíam SUA e 20 (80%) estavam na pós menopausa. O diagnóstico de CE foi realizado por CN em 12 pacientes (48%), 8 (32%) por histeroscopia e 5 pacientes foram diagnosticadas por achado acidental. A prevalência foi de 21,55% de CE. A média etária, IMC e EE foi, respectivamente, 59,6 anos, 30,5 e 20,9mm. O tempo médio entre o primeiro sintoma e o tratamento foi 12,4 meses, o tempo médio para diagnóstico com CN de 8 meses e histeroscopia, 16,5 meses. O subtipo histológico mais prevalente foi adenocarcinoma endometrióide (32%). Conclusão: O SUA, principalmente após a menopausa, deve ser investigado. É provável que o contexto de pandemia pela COVID-19 tenha prejudicado o diagnóstico e tratamento de CE. É importante otimizar as vias de diagnóstico e tratamento do CE visando maior sucesso terapêutico.
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