"Esquálidas criaturas de aspecto horripilante": a fome na literatura sobre a seca de 1877-79
DOI:
https://doi.org/10.47456/e-2021320106Palavras-chave:
Fome, Seca, LiteraturaResumo
A seca de 1877-79 foi um marco para a produção literária cearense, devido ao momento de crise econômica, política e social, pelo qual estava passando a região que hoje é designada como Nordeste. A partir desse período, a temática da seca passou a ser preponderante em muitos romances, constituindo o que se denomina como “literatura da seca”. Esse trabalho busca analisar o modo como três romancistas construíram, cada um a seu modo, imagens trágicas sobre a fome que atingia os cearenses. Dentre tais abordagens, destaca-se uma, bem original, que correlaciona a fome como a “doença dos retirantes” e que muito contribuiu para a construção de uma visão estereotipada sobre o povo sertanejo. Essa análise se dá através do estudo comparativo entre as obras Os Retirantes (1879) de José do Patrocínio, A Fome (1890) de Rodolfo Teófilo e Luzia-Homem (1903) de Domingos Olímpio.
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Referências
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