Tempo, ontologia e escrita:
notas sobre história e literatura a partir da Paixão segundo G.H. (1964), de Clarice Lispector, e O Som do rugido da onça (2021), de Micheliny Verunschk
DOI:
https://doi.org/10.47456/e-2023340107Palavras-chave:
história e literatura, narrativa, tempo, ontologiaResumo
Neste artigo, analisamos duas obras distintas e de contextos díspares. Tratam-se dos romances A Paixão Segundo G.H. (Clarice Lispector) e O Som do Rugido da Onça (Micheliny Verunschk). Dado que são narrativas diferentes entre si, buscamos refletir acerca de eixos em comum, mobilizando elementos em torno do tempo, da ontologia e da escrita, sendo que tais eixos serão pensados mediante a relação entre História e Literatura. Interessa-nos a potência do literário e do ficcional em sua capacidade de desestabilização do tempo instituído, e isso por meio da linguagem e de suas estratégias discursivas, questões que se apresentam, dissonantemente, em ambos os textos selecionados.
Downloads
Referências
Fontes
LISPECTOR, C. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco, 2020.
VERUNSCHK, M. O som do rugido da onça. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
Obras Gerais
AGAMBEN, G. Tempo e história: crítica do instante e do contínuo. In: AGAMBEN, G. Infância e história: destruição da experiência e origem da história. Tradução: Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005, 109-128.
ALONSO, M. Dimensões especulares em A paixão segundo GH, de Clarice Lispector. Revista do SELL, v. 4, n. 2, p. 1-19, 2014. DOI: https://doi.org/10.18554/rs.v4i2.429
CAMUS, A. O mito de Sísifo. Rio de Janeiro: Record, 2020.
COSTA LIMA, L. História, ficção, literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. DOI: https://doi.org/10.17851/2359-0076.26.36.355-358
COSTA LIMA, L. O chão da mente: a pergunta pela ficção. São Paulo: Editora Unesp, 2021.
COSTA, M. F. Os "meninos índios" que Spix e Martius levaram a Munique. Artelogie, n. 14, 2019. DOI: https://doi.org/10.4000/artelogie.3774
DERRIDA, J. Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
FASCINA, D. M.; MARTHA, A. Á. P. A recepção crítica de Clarice Lispector: momentos decisivos. Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo, v. 11, n. 1, p. 92-109, 2015. DOI: https://doi.org/10.5335/rdes.v11i1.4976
GINZBURG, C. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras 1989.
GINZBURG, J. O narrador na literatura brasileira contemporânea. Tintas. Quaderni diletterature iberiche e iberoamericane, Milano, n. 2, p. 199-221, 2012a.
GINZBURG, J. Literatura, violência e melancolia. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2012b.
GLISSANT, É. Poética da relação. Rio de Janeiro, Bazar do Tempo, 2021.
GOTLIB, N. Um fio de voz: histórias de Clarice. In: NUNES, B. et al. (org.). A paixão segundo G.H. Edição Crítica. São Paulo: Scipione Cultural, 1988, 161-195.
HARTOG, F. Crer em História. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
HARTOG, F. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
HEIDEGGER, M. Ser e Tempo. Petrópolis: Vozes e Editora Unicamp, 2012.
ISER, W. O Fictício e o Imaginário: perspectivas de uma antropologia literária. Rio de Janeiro: Eduerj, 1996.
JUSTINO, L. O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk. ObjorC, Colunas – Semiótica Negra, Campina Grande, 12 jun. 2021. Disponível em: https://objorc.com.br/2021/06/12/o-som-do-rugido-da-onca-de-micheliny-verunschk/ Acesso em: 9 jun. 2023.
KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
KOSELLECK, R. Uma latente filosofia do tempo. São Paulo: Editora Unesp, 2021.
NIETZSCHE, F. W. Sobre a verdade e mentira no sentido extra moral. São Paulo: Hedra, 2007.
NODARI, A. A. A vida oblíqua: o hetairismo ontológico segundo GH. O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, v. 24, n. 1, 139-154, 2015. DOI: https://doi.org/10.17851/2358-9787.24.1.139-154
NUNES, B. O drama da linguagem: uma leitura de Clarice Lispector. São Paulo: Ática, 1989.
PEREIRA, A. L. T.; DE OLIVEIRA HOLANDA, S. A. A palavra proferida no tempo: experiência temporal em A paixão segundo GH. Letras Escreve, v. 9, n. 2, p. 161-171, 2020. DOI: https://doi.org/10.18468/letras.2019v9n2.p161-171
RICOEUR, P. Hermenêutica e ideologias. Petrópolis: Vozes, 2008.
RICOEUR, P. Teoria da interpretação: o discurso como excesso de significação. Lisboa: Edições 70, 1976.
RICOEUR, P Tempo e narrativa - tomo I. Campinas: Papirus, 1994.
SOUSA, C. M de. Clarice Lispector: figuras da escrita. Colecção Poliedro 3. Minho: Universidade do Minho, Centro de Estudos Humanísticos, 2000.
TROUILLOT, M.R. Silenciando o passado: poder e produção da história. Tradução: Sebastião Nascimento. Curitiba: Huya, 2016.
TORRE, M. M. C.; VERUNSCHK, M. O som do rugido da onça. Aletria, Belo Horizonte, v. 31, n. 3, p. 231-234, 2021. DOI: https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.33566
VIVEIROS DE CASTRO, E. Metafísicas canibais. São Paulo: N-1 Edições, 2018.
VIVEIROS DE CASTRO, E. Rosa e Clarice, a fera e o fora. Revista Letras, n. 98, p. 9-30, jul./dez. 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Ágora
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.
Revista Ágora (Vitória) © 2005 by Universidade Federal do Espírito Santo is licensed under Attribution-ShareAlike 4.0 International