O 'crimen maiestatis' entre os séculos I a.C. e I d.C.: pontos comparativos

Autores

  • João Victor Lanna de Freitas Doutor em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), membro do Laboratório de Estudos sobre o Império Romano (LEIR).

DOI:

https://doi.org/10.29327/2345891.19.19-7

Palavras-chave:

República Tardia, Principado Romano, Crimen maiestatis, Representações literárias

Resumo

Este artigo tem o objetivo central de analisar o aumento da incidência e representatividade em âmbito literário das narrativas sobre os julgamentos envolvendo acusações do crimen maiestatis populi romani imminutae entre os séculos I a.C e I d.C. A questão principal, que norteará o texto será: por que esse crime passa a ser representado pelas fontes que escreveram sobre o período Júlio-Claudiano com grande frequência, sendo o favorito dos delatores, quando, menos de um século antes, ele fora descrito por Cícero como uma ação complicada (Cic. Clue. 116, 6-7) e pouco abordada pelos manuais jurídicos (Cic. De Or. 2. 201, 2)? Para tentar responder essa pergunta um amplo repertório de fontes literárias será estudado. A análise dessa documentação visa mostrar como todo um conjunto de elementos políticos, retóricos e técnico-legais podem ter impactado na centralidade que os processos de maiestas adquirem nas narrativas sobre a dinastia Julio-Claudiana.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Documentação textual

CICERO. De Inventione. Translated by H. M. Hubbell. Cambridge: Harvard University Press,1968.

CICERO. Discursos IV. Traducción de José Miguel Baños Baños. Madrid: Gredos, 1994.

CICERO. Discursos V. Traducción de Jesús Aspa Cereza. Madrid: Gredos, 1995.

CICERO. Letters to friends: letters 1-113. Translated by D. R. Shackleton Bailey. Cambridge: Harvard University Press, 2001.

CICERO. Letters to friends: letters 281-435. Translated by D. R. Shackleton Bailey. Cambridge: Harvard University Press, 2001.

CICERO. Partitiones Oratoriae. Translated by H. Rackham. Cambridge: Harvard University Press, 1923.

CICERO. Pro Lege Manilia. Pro Caecina. Pro Cluentio. Pro Rabirio Perduellionis Reo. Translated by H. Grose Hodge. Cambridge: Harvard University Press, 1927.

CICERO. Verrinas. Traducción de José. M. R. Prieto. Madrid: Gredos, 1990.

DIO CASSIUS. Historiae Romanae. Translated by Earnest Cary, Herbert B. Foster. Cambridge: Harvard University Press, 2000.

SALÚSTIO. A conjuração de Catilina e a Guerra de Jugurta. Tradução de Antônio da Silveira Mendonça. Petrópolis: Vozes. 1990.

SUETÔNIO. Os Doze Césares. Tradução de Gilson C. Cardoso de Sousa. Guarulhos: Germape, 2003.

TACITUS. The Annals. Translated by A. J. Woodman. Indianapolis; Cambridge: Hackett Publishing Company, 2004.

Obras de apoio

ALEXANDER, M. Trials in the Late Roman Republic (149 BC to 50 BC). Toronto: University of Toronto Press, 1990.

BAUMAN, R. A. Impietas in principem: a study of treason against the Roman emperor with special reference to the first century A.D. München: Beck, 1974.

BELTRÃO, C. Religião e Poder: Augusto e o Pontifex Maximus (36-12 AEC). In: G. Ventura da Silva; E. C. Morais da Silva (orgs). Fronteiras e identidades do Império Romano: aspectos sociopolíticos e religiosos. Vitória-ES: Editora GM, 2015.

BERNSTEIN, N. Torture her until she lies: Torture, testimony, and social status in roman rhetorical education. Greece & Rome, Vol. 59, No. 2, 2012.

BRUNT, P. A. Evidence given under Torture in the Principate. Zeitschrift der SavignyStiftung für Rechtsgeschichte: Romanistische Abteilung, vol. 97, 1980.

CABRAL, G. Do ordo à cognitio: Mudanças políticas e estruturais na função jurisdicional em Roma. Revista de Informação Legislativa. Brasília a. 49 n. 194 abr./jun. 2012.

CAMIÑAS, J. La lex Remmia de calumniatoribus. Monografías de la Universidad de Santiago de Compostela, vol. 95. Santiago de Compostela ; Universidad de Santiago de Compostela, 1984.

COLOGNESI, L. Law and Power in the Making of the Roman Commonwealth. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.

FAVERSANI, F. Tirano, louco e incendiário: BolsoNero. Análise da constituição da assimilação entre o Presidente da República do Brasil e o Imperador Romano como allelopoiesis. Revista História da Historiografia. Ouro Preto, v. 13, n. 33, 2020, p. 375-395.

HAMMER, Dean. Between Sovereignty and Non-Sovereignty: “Maiestas” and Foundational Authority in the Roman Republic. Institute of Classical Studies Spring Seminar Series, 2017.

HÖLKESKAMP, K-J. Reconstructing the Roman Republic: An Ancient Political Culture and Modern Research. Princeton and Oxford: Princeton University Press, 2010.

LANGLANDS, R. Exemplary Ethics in Ancient Rome, Cambridge: Cambridge University Press, 2018.

LANNA DE FREITAS, J. O crimen maiestatis e o Principado Romano (27 A.C – 68 D.C): conflito, competição e representação. Tese (Doutorado). Universidade Federal de Ouro Preto. Departamento de História. Ouro Preto, 2021.

LEVICK, B. Tiberius: the politician. London/NY: Routledge, 1999.

MANFREDINI, D. Crimini e pene da Augusto ad Adriano. In: Francesco Milazzo (org). Res publica e princeps: vicende politiche mutamenti istituzionali e ordinamento giuridico da Cesare ad Adriano. Università degli studi di reggio Calabria: Facoltà di Giurisprudenza di Catanzaro, 1994, pp. 259-252.

MILLAR, F. The Emperor in the Roman World (31 BC–AD 337). London: Gerald Duckworth and Company, 1977.

__________. The Crowd in Rome in the late Republic. University of Michigan Press, 1998.

MOUSORASKIS, G. A legal History of Rome. London-New York: Routledge, 2007.

PALAZOLLO, N. II princeps, i giuristi, l'editto. Mutamento istituzionale e strumenti di trasformazione del diritto privato da Augusto ad Adriano. In: Francesco Milazzo (org.). Res publica e princeps: vicende politiche mutamenti istituzionali e ordinamento giuridico da Cesare ad Adriano. Università degli studi di reggio Calabria: Facoltà di Giurisprudenza di Catanzaro, 1994, pp. 289-244.

RUTLEDGE, S. Imperial Inquisitions. London: Routledge, 2001.

SANTALUCIA, B. Studi di diritto penale romano. Roma: “L'Erma”di Bretschneider, 1994.

SCHOLZ, L. R. As Quaestiones Perpetuae, 1998. Revista Brasileira de Ciências Criminais, vol. 21, p. 65, jan/1998.

SEAGER, R. Tiberius. Malden, MA and Oxford: Wiley-Blackwell, 2005.

THOMAS, Y. L'Institution de la Majesté. Revue de Synthèse, vol. 112, 1991, p. 331-386.

TUORI, K. The Emperor of Law: the emergence of Roman Imperial Adjudication. Oxford Studies in Roman Society and Law. Oxford: Oxford University Press, 2016.

YAKOBSON, A. “Maiestas”, The Imperial Ideology and the imperial family: the evidence of the Senatus Consultum de Cn. Pisone Patre. Commentarii novi de antiquitatibus totius Europae. Adriano La Regina (ed.). Edizioni Quasar. Nouva Serie III, vol. 1-2, 2003.

Downloads

Publicado

21-12-2022

Como Citar

LANNA DE FREITAS, João Victor. O ’crimen maiestatis’ entre os séculos I a.C. e I d.C.: pontos comparativos. Romanitas - Revista de Estudos Grecolatinos, [S. l.], n. 19, p. 128–148, 2022. DOI: 10.29327/2345891.19.19-7. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/37323. Acesso em: 6 maio. 2024.

Edição

Seção

Tema livre