O 'crimen maiestatis' entre os séculos I a.C. e I d.C.: pontos comparativos

Autores

  • João Victor Lanna de Freitas Doutor em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), membro do Laboratório de Estudos sobre o Império Romano (LEIR).

DOI:

https://doi.org/10.29327/2345891.19.19-7

Palavras-chave:

República Tardia, Principado Romano, Crimen maiestatis, Representações literárias

Resumo

Este artigo tem o objetivo central de analisar o aumento da incidência e representatividade em âmbito literário das narrativas sobre os julgamentos envolvendo acusações do crimen maiestatis populi romani imminutae entre os séculos I a.C e I d.C. A questão principal, que norteará o texto será: por que esse crime passa a ser representado pelas fontes que escreveram sobre o período Júlio-Claudiano com grande frequência, sendo o favorito dos delatores, quando, menos de um século antes, ele fora descrito por Cícero como uma ação complicada (Cic. Clue. 116, 6-7) e pouco abordada pelos manuais jurídicos (Cic. De Or. 2. 201, 2)? Para tentar responder essa pergunta um amplo repertório de fontes literárias será estudado. A análise dessa documentação visa mostrar como todo um conjunto de elementos políticos, retóricos e técnico-legais podem ter impactado na centralidade que os processos de maiestas adquirem nas narrativas sobre a dinastia Julio-Claudiana.

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Publicado

21-12-2022

Como Citar

LANNA DE FREITAS, João Victor. O ’crimen maiestatis’ entre os séculos I a.C. e I d.C.: pontos comparativos. Romanitas - Revista de Estudos Grecolatinos, [S. l.], n. 19, p. 128–148, 2022. DOI: 10.29327/2345891.19.19-7. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/37323. Acesso em: 5 nov. 2024.

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