Astrologia e poder no Império Romano: a adivinhação do Destino na 'Antologia', de Vettius Valens (século II d.C.)
DOI :
https://doi.org/10.17648/rom.v0i9.18482Mots-clés :
Adivinhação do Destino, Poder, Antologia, Vettius ValensRésumé
O objetivo deste artigo é analisar historicamente a obra Antologia, escrita em meados do século II pelo astrólogo Vettius Valens (120-188), observando o papel da influência estoica e, principalmente, de uma noção fatalista de Destino (heimarmene) no contexto do Principado romano. Também analisaremos como Valens apresenta, em seu discurso, a astrologia como uma ferramenta de antecipação à ordem cósmica por meio de uma unio mystica, qualificando, legitimando e justificando, assim, tanto os conhecimentos da tradição mística que deseja integrar, como a profissão daqueles que, como ele, estudam e praticam a arte prognóstica, que deve ser mantida sob certo sigilo e controle. Diante disso, mostraremos como Vettius Valens alega poder e superioridade, um poder, por sua vez, marcado pela capacidade da adivinhação sobre o Destino.Téléchargements
Références
Fontes textuais
FILÓSTRATO. Vida de Apolônio de Tiana. Traducción, introducción y notas de Alberto Bernabé Pajares. Madrid: Gredos, 1979.
HERMES TRIMEGISTUS. Hermetica: The Greek Corpus Hermeticum and the Latin Asclepius in a new English translation, with notes, introduction, and translated by. B. P. Copenhaver. Cambridge: Cambridge University Press, 1995.
MARCUS AURELIUS. Meditations. Translated by Christopher Gill. Oxford: Oxford University Press, 2013.
SCRIPTORES. Historiae Augustae. Translated by David Magie. Cambridge: Harvard University Press, 1979.
VETTIUS VALENS. Anthologies. Translated by Mark T. Riley, 2010. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 2016.
VETTII VALENTIS. Vettii Valentis Antiocheni Anthologiarum libri novem. Leipzig: Teubner, 1986.
Obras de apoio
BAILLY, A. Dictionnaire Grec-Français. New York: Hachette, 2000.
BARTON, T. S. Ancient astrology. Londres: Taylor & Francis, 2003.
______. Power and knowledge: astrology, physiognomics, and medicine under the Roman Empire. Michigan: University of Michigan Press, 2002.
BROWN, D. Mesopotamian planetary astronomy-astrology. Groningen: Styx, 2000.
BULL, C. H. Ancient hermetism and esotericism. Aries, v. 15, n. 1, p. 109-135, 2015.
BUSTAMANTE, R. M. Auspícios e rituais de adivinhação na Roma Antiga. 2002.Disponível em:<https://www.academia.edu/29398167/AUSPÍCIOS_E_RITUAIS_DE_ADIVINHAÇÃO_NA_ROMA_ANTIGA>. Acesso em: 11 mar. 2017.
CHARTIER, R. Textos, impressão, leituras. In: HUNT, L. (Org.). A Nova História Cultural. São Paulo: Martins Fontes, 1992, p. 211-238.
CLÍMACO, J. C. Cultura e poder na Alexandria romana. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
CRAMER, F. H. Astrology in Roman Law and politics. Philadelphia: American Philosophical Society, 1954.
CULIANU, I. P. Astrology. In: JONES, L. (Ed.). Encyclopedia of religion. Nova York: Thomson Gale, 2005.
CUMONT, F. The oriental religions in Roman paganism. London: Global Grey, 2016.
______. Astrology and religion among the Greeks and Romans. Santa Cruz: Evinity, 2009.
______. L’Égypte des astrologues. Bruxelas: Fondation Égyptologique Reine Elisabeth, 1937.
DA MATA, S. História & religião. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
DESAN, S. Massas, comunidade e ritual na obra de E. P. Thompson e Natalie Davis. In: HUNT, L. (Org.). A Nova História Cultural. São Paulo: Martins Fontes, 1992, p. 63-96.
FINN, R. D. Asceticism in the Graeco-Roman World. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.
GUARINELLO, N. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2016.
______. Ordem, integração e fronteiras no Império Romano. Mare Nostrum, v. 1, n. 1, p. 113-127, 2010.
HARTOG, F. Les grecques égyptologues. Annales: ESC, Paris, v. 41, n. 6, p. 953-967, 1986.
HARVEY, P. Dicionário Oxford de Literatura Clássica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
KOCH-WESTENHOLZ, U. Mesopotamian astrology: an introduction to Babylonian and Assyrian celestial divination. Copenhagen: CNI Publications, 1995.
LUCK, G. Arcana Mundi: magic and the occult in the Greek and Roman worlds. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2006.
MEYER, M. Gnosis, mageia, and The Holy Book of The Great Invisible Spirit. In: HILHORST, A.; VAN KOOTEN, G. H.; LUTTIKHUIZEN, G. P. (Ed.). The wisdom of Egypt: Jewish, Early Christian, and gnostic essays in honour of Gerard P. Luttikhuizen. Londres: Brill Academic, 2005, p. 503-518.
MONTERO, S. Deusas e adivinhas: mulher e adivinhação na Roma antiga. São Paulo: Musa, 1998.
NEUGEBAUER, O.; VAN HOESEN, H. B. Greek horoscopes. American Philosophical Society, p. 176-184, 1987.
NEUGEBAUER, O. The chronology of Vettius Valens’ Anthologiae. Harvard Theological Review, vol. 47, p. 65-67, 1954.
PINGREE, D. Classical and Byzantine astrology in Sassanian Persia. Dumbarton Oaks Papers, v. 43, p. 227-239, 1989
______. From astral omens to astrology: from Babylon to Bikaner. Roma: Istituto Italiano per l’Africa e l’Oriente, 1997.
RICOEUR, P. Identidade frágil: respeito pelo outro e identidade cultural. Disponível em: <http://www.uc.pt/fluc/uidief/textos_ricoeur/identidade_fragil>. Acesso em: 31 mai. 2017.
RILEY, M. T. A survey of Vettius Valens. 1996. Disponível em: <http://www.csus.edu/indiv/r/rileymt/PDF_folder/VettiusValens.PDF>. Acesso em: 14 out. 2016.
RÜPKE, J. A Companion to Roman religion. Oxford: Blackwell, 2007.
SANZI, E. Cultos orientais e magia no mundo helenístico romano: modelos e perspectivas metodológicas. Fortaleza: Eduece, 2006.
SILVA, G. V. da. Reis, santos e feiticeiros: Constâncio II e os fundamentos místicos da basileia (337-361). Vitória: Edufes, 2003.
______. “Augurum et vatum prava confessio conticescat”: Constâncio II e a legislação contra os adivinhos e feiticeiros, Justiça & História, v. 2, p. 149-183, 2002.
______. Magia e poder no Império Romano: a perseguição aos mágicos e adivinhos entre a História e a Antropologia, Revista de História, n. 8, p. 34-40, 1999.
SILVA, R. C. O nome do fogo: Relações entre a Ekpyrosis, astrologia e milenarismo no mundo helenístico romano. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade de Brasília, Brasília, 2009.
SILVA, S. C. As fronteiras nas representações da magia no Império Romano: Apolônio de Tiana entre o feiticeiro charlatão e o sábio divino pitagórico. In: DIAS, C. K. B.; SILVA, S. C.; CAMPOS, C. E. C. (Org.). Experiências religiosas no Mundo Antigo. Curitiba: Prismas, 2017, p. 229-252.
SOARES, H. A romanização e a absorção dos cultos orientais no Principado: expandindo as fronteiras do paganismo. In: SILVA, G. V.; LIMA NETO, B. M. (Org.). Identidade e fronteiras religiosas no Alto Império Romano. Vitória: NPIH Publicações, 2011, p. 39-56.
TESTER, J. Historia de la astrología occidental. Coyoacán: Siglo XXI, 1990.
VEYNE, P. M. Como se escreve a História. Foucault revoluciona a História. Brasília: Ed. UnB, 1998.
______. Sêneca e o estoicismo. São Paulo: Três Estrelas, 2015.
VON STUCKRAD, K. Ancient esotericism, problematic assumptions, and conceptual trouble. Aries, v. 15, n. 1, p. 16-20, 2015.
______. Western esotericism: a brief history of secret knowledge. Londres: Routledge, 2005.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
© Romanitas - Revista de Estudos Grecolatinos 2017
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/4.0/88x31.png)
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale - Pas de Modification 4.0 International.
a. L’Auteur mantient les droits d’Auteur et accorde à la revue le droit de première publication.
b. L’Auteur a l’autorisation pour assumer des contrats additionnels séparément, pour distribution non exclusive de la version du travail publiée dans cette revue (ex.: publier en répertoire institutionnel ou comme chapitre de livre), avec reconnaissance de l’Auteur et publication initiale dans cette revue.
c. L’Auteur a l’autorisation et est encouragé à publier et distribuer leur travail en ligne (ex.: dans des répertoires institutionnels ou dans votre page personnelle) après la première publication par la revue, avec les créances.
d. Les textes de la revue sont publiés sous Licence CC BY 4.0 Deed Attribution 4.0 International (CC BY).