O imaginário geográfico brasileiro em revista

Cunha Matos e a busca pela natureza da identidade no Segundo Reinado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/e-20243522

Palavras-chave:

Identidade; natureza; imaginário; interior.

Resumo

O artigo buscará compreender de que maneira a ideia de “natureza” passou a governar a mentalidade política da identidade nacional brasileira no século XIX. Essa identidade constituída, como sabemos, como base de representação da unidade dos indivíduos com a natureza. A partir daí, o contexto político do império forjou para si um sentido que evidenciaria essa relação. Por exemplo, os relatos de José da Cunha Matos, que defendia que a natureza habitaria a identidade dos homens e revelaria a sua unidade, a sua identificação. Essa ideia de “identidade” passou a se vincular, então, à ideia de “natureza”, compondo, assim, esse quadro geral do pensamento da nossa cultura. Fixando, assim, o homem à sua terra, e vinculando identidade e natureza, histórica e geográfica. O que refletiria justamente a tentativa de superação da falta de unidade pelo império.  

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Biografia do Autor

  • Cristhiano dos Santos Teixeira, UeG

    Mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG) na área de Culturas, Fronteiras e Identidades, e na linha de pesquisa em "Ideias, saberes e escritas da (e na) História". Atualmente dedicado aos estudos e pesquisas sobre Teoria e filosofia da História, História da Historiografia e História do Brasil.

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Publicado

03-12-2024

Edição

Seção

Imaginando a Nação: a Intelectualidade brasileira no Longo Século XIX

Como Citar

O imaginário geográfico brasileiro em revista: Cunha Matos e a busca pela natureza da identidade no Segundo Reinado. Revista Ágora, Vitória/ES, v. 35, p. e-20243522, 2024. DOI: 10.47456/e-20243522. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/agora/article/view/44413. Acesso em: 16 jun. 2025.

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